Na Ponta da Batuta

Neste dia que antecede ao último dia do ano paro um pouco para refletir sobre o ano de 2017 e sobre tudo que, de alguma forma, vivemos. Cada ano que passa é um aprendizado novo, é um ano novo que se inicia mas um ano a menos de vida. Um ano mais velho, mais experiente, mais cético em relação às pessoas e aos relacionamentos, mais consciente, mais maduro e mais atento ao que na verdade nós somos - Solitários. Por mais que estejamos cercados de pessoas, amigos, familiares...estamos sempre só com nossos pensamentos, desejos, sonhos, e algumas confissões que só fazemos a nós mesmos. Como já dizia Djavan... "Ah quanto querer cabe em meu coração, me faz sofrer, faz que mata, se não mata, fere..." Sempre desejamos coisas novas para o ano que se inicia, sempre temos sonhos novos, projetos novos, que na maioria das vezes não vão ser realizados, não vão ser concretizados, não vão ser colocados em prática e assim como um grande ciclo as coisas vão se repetindo e a vida numa grand

Uma das maneiras de se ver o ano é pelas estações. Um certo tipo de dinâmica do nosso planeta que, em virtude da variação da luz solar e como ela atinge a superfície da terra demarca os períodos do ano em quatro estações. São elas: A Primavera, Verão, Outono e Inverno. Nos países da Europa e nos acima da linha do Equador, elas são mais pontuais, mais visíveis. Já nos países chamados Tropicais, elas, apesar de existirem, não são tão bem percebidas. Todos nós conhecemos bem as 4 Estações, até eternizadas por grandes compositores como Vivaldi, e curiosamente, aqueles que moram em países tropicais costumam seguir, em forma de fantasia, as estações dos países não tropicais. Por exemplo na época do Natal, é muito comum ver no Brasil, as casas enfeitadas com motivos natalinos, árvores de natal, mas à exemplo dos países do hemisfério norte, elas tem alguma coisa que lembre a neve. Muitas casas, inclusive, fazem sua ornamentação de Natal, com bonecos de neve no jardim, renas e trenós, mesmo v

Há uns dias atrás fui surpreendido com uma situação inusitada. Estava numa pequena cidade nos arredores de Belo Horizonte almoçando num restaurante com meu filho e uns amigos. Lugar tranquilo, um varandão próximo à rua, boa comida, companhia agradável...quando percebo um "morador de rua" vir em nossa direção. A amiga que estava de frente pra mim tinha deixado sua bolsa na cadeira vazia ao lado, e eu, carioca, sempre muito atento à bandidagem, pensei: Esse cara vai passar a mão na bolsa dela e correr. Não fiz nada, mas fiquei com o "sentido aranha" ativado, pronto pra reagir, se fosse necessário. Aquele homem passou devagar por nossa mesa, meio cabisbaixo mas percebi que ele olhou pra todos. Passou direto e andou mais uns 15 metros deu meia volta e se dirigiu novamente em nossa direção. Parou em frente à nossa mesa, apontou para mim e exclamou: Eu conheço o senhor! Eu olhei para ele meio descrente e fiquei esperando ele concluir...pensei como alguém pudesse me

A palavra hedonismo vem do grego hedônikos que significa prazeroso e Edon significa prazer. Como uma filosofia, o hedonismo surgiu na Grécia e teve Epicuro e Aristipo de Cirene como alguns dos nomes mais importantes. O hedonismo determina que o bem supremo, ou seja, o fim último da ação é o prazer. Neste caso, "prazer" significa algo mais que o mero prazer sensual, significa a busca excessiva pelo prazer como o propósito mais importante da vida. Sou um adepto das redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter... Não vejo problema nenhum nisso desde que não fira a outras pessoas ou traga prejuízos a si próprio. Apesar de as redes sociais estarem separando muitas pessoas fisicamente, tem aproximado muitas outras. Algumas que não se viam há muito tempo; pessoas de uma mesma comunidade mas que fisicamente não tem muito tempo pra parar pra conversar; amigos separados por grandes distâncias e até em outros países ... Mas tem horas que eu perco a paciência com uns tipos de

Há muito tempo atrás havia uma série que se chamava Túnel do Tempo, eram dois homens que viajavam para diversos lugares e por muitas vezes eles se viam presos no passado. Aliás esse tema foi abordado em vários filmes e em vários seriados até no épico Planeta dos Macacos , onde um astronauta ao se deparar com uma chuva magnética acaba viajando no tempo e parando numa outra dimensão que aparentemente era futuro (do pretérito) onde os homens não mais dominavam o planeta e sim os macacos. Ao mesmo tempo que parece uma viagem ao futuro ele se apresenta como passado. Como não temos domínio nenhum sobre o futuro , e como o presente , o nome já diz - é um presente - a matéria que mais é mexida, revolvida, pensada é o passado . Sempre olhamos para trás para tentarmos não errar nas escolhas, mesmo que na maioria da vezes, se erra de novo. Como dizia o poeta "ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais" . Olhar para o passado, decididamente não é errado, temos de olhar pa

Fui motivado a escrever esse post depois de conversar com alguns amigos e perceber uma triste realidade que está acontecendo no Brasil, muitos músicos estão deixando de tocar em suas igrejas, alguns por se decepcionarem com colegas ou com lideranças. Liguei para uma amiga musicista em Minas Gerais para parabenizá-la pela orquestra e perguntei como estava a música na igreja e a resposta foi: "Não estou tocando mais na igreja porque tudo o pastor acha que é pecado, se toca na orquestra é pecado, se toca em casamento é pecado. Além de gostar de tocar eu preciso pagar as minhas contas e sobreviver, a igreja não faz isso, toco lá por prazer e dedicação mas não temos nenhum reconhecimento por causa disso, temos só críticas, então decidi não tocar mais."   Conversando com outros amigos do Rio de Janeiro, músicos militares, também me disseram não tocar mais na igreja porque os músicos não estudam e a liderança passa a mão na cabeça para não perdê-los, então decidiram também nã

O coração é realmente uma terra desconhecida, de meandros e entrementes desconhecidos mesmo para aqueles que acham já ter passado por alguns de seus corredores, de suas escadarias ou de suas roletas. A plataforma dele sempre está cheia, como diz a poetiza "...Todos os dias é um vai-e-vem, a vida se repete na estação, tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais, tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai e quer ficar, tem gente que veio só olhar, tem gente a sorrir e a chorar...E assim, chegar e partir"  É um trem que vai, lotado de histórias, outro que vem querendo criar novas. O observador olha atento as feições de cada passageiro, uns que vão carregando uma tremenda dor no peito, talvez por uma história que quer esquecer, que quer que as fotos caiam pelos trilhos e sejam cortadas pelas rodas duras de ferro da locomotiva. Um olhar de "preciso de uma nova oportunidade, preciso recomeçar". Outros vão com um olhar de esperança como quem

Assistindo ao globo repórter da última sexta-feira fiquei pensando nas amizades dos tempos de hoje. A reportagem trouxe matérias de amizades ímpares, amizades construídas em momentos de desastres, amizades que emprestaram o próprio corpo para realização de um sonho de outra pessoa. Ao mesmo tempo somos bombardeados com denúncias do mundo político brasileiro e como as amizades são usadas nas práticas ilícitas. Amigos que colocam sítios em seus nomes, que emprestam casas, que apanham dinheiro, que apresenta gente "importante". É bem verdade que há amigos mais chegados que irmãos. Há amigos de infância, amigos de copo, amigo de fé irmão camarada... Como já dizia o rei. E para mim esse relacionamento é importantíssimo, como prezo uma amizade! Talvez por isso sofro demais quando sou traído por uma dessas amizades. Um relacionamento de amizade não é embasado no sexo, nem no dinheiro. Não é embasada no que o outro pode dar, muito menos de quanto eu vou receber. Amizade é mu

Sou do tempo em que saía de bicicleta pra passear sem ter a mínima dúvida de que voltaria são e salvo; sou do tempo em que os garotos se reuniam a tarde pra jogar bola-de-gude na calçada de terra, ou um futebol nos campos de várzea; Sou do tempo que sexo era assunto para depois dos 18 anos.  Vivemos  num mundo de mudanças contínuas e a forma como fomos criados não serve mais para criar nossos filhos, a não ser os valores que recebemos e temos por obrigação repassar. Quem se lembra das expressões: •     Isso é conversa de adulto! •     Quero você 10h em casa! •     É não porque não! Hoje o mundo está mais ágil, mais rápido, as crianças tem informações disponíveis de todo lado. Não temos como esconder mais nada dos filhos, se bobear eles estão mais bem informados que nós. Hoje vivo uma realidade diferente, num formato de família diferente, num mundo completamente diferente que as vezes me faz pensar ..."O que que estou fazendo aqui?" Tenho dois filhos adole