Na Ponta da Batuta

Rubem Alves parece que sabia das coisas...o que ele escreve é sempre impressionante e vai fundo na alma. Mas gostaria de dar uma humilde contribuição a esse texto que é quase completo (quase porque nada é completo né). Sinto que haja uma outra inflexão sobre saudade - A SAUDADE DAS COISAS QUE NUNCA TIVEMOS . Sabe quando olhamos uma foto de um lugar que nunca tivemos e sentimos saudades dele...sabe quando assistimos a um filme e sentimos saudade de viver aquela experiência... é disso que estou falando e se alguém tiver um nome diferente pra isso, me ajude! Alguns me chama de saudoso, de romântico, e outros até dizem que eu tenho dificuldade de me livrar do passado. Eu não vejo assim, prefiro entender que somos seres compostos de passado, presente e futuro. Muitos fazem questão de esquecer do seu passado, de onde vieram. Eu penso que recordar e viver novamente uma sensação. Para nossa saúde mental melhor então recordar as boas memórias. Olha que palavra rica, que palavra mágica! R

Estou achando impressionante o número de mulheres que tiram fotos ao lado da cama. Lembro-me da época em que a cama era o lugar mais íntimo de uma casa. Não era nem educado sentar na cama de uma outra pessoa. Pra se convidar alguém para entrar no seu quarto, mesmo que fosse pra ver a cama nova que comprou, ou o conjunto novo de edredom... A cama era o lugar onde as pessoas estavam mais vulneráveis, nela se entra no estado de inconsciência, nela se perde o domínio de suas atividades motoras agora de posse de um profundo sono. Nela se despe física e emocionalmente para a pessoa que escolhe para momentos muito íntimos. Mas não, agora não. Agora a cama é coadjuvante nas fotos de perfis, agora a cama não tem mais medo nem vergonha de se mostrar, nem mesmo desarrumada. Talvez ao ler este post algumas pessoas possam justificar:...eu só tirei a foto ali porque é o único lugar da casa que tem um grande espelho. Não vou entrar aqui numa de psicologizar as intenções de cada um até mesmo por

Como eu havia prometido no post que escrevi sobre o Complexo de Wendy, segue então um post para falar sobre o homem. Há um tempo atras estava assistindo a uma reportagem que se intitulava GERAÇÃO CANGURU. Essa reportagem falava sobre a demora dos filhos em sair de casa para sua vida independente. Assim como os marsupiais que carregam seus filhos por muito tempo em suas bolsas, assim tem acontecido no mundo. Constuma-se dizer na atualidade, que os filhos são os hóspedes mais caros e exigentes que uma pessoa pode ter. O aconchego da casa dos pais, sem muitas responsabilidades além do dever da escola e de arrumar o quarto, comida à mesa sempre quentinha e muito conforto são coisas das quais pode ser difícil se libertar. No entanto, chega uma hora que esse rompimento natural acontece. Exceto para aquelas pessoas que podem ser portadoras da Síndrome de Peter Pan. Quem explica como ela se desenvolve e que consequências pode ter é a psicóloga Lisane Luz Pacheco, que atua no Núcleo de

Em 1987, um jovem sai de seu estado natal em direção à terra das oportunidades do Brasil. Naquela época, São Paulo recebia imigrantes de todos os estados do país. Mal sabia ele que passaria por uma das experiências mais duras de sua vida. Ao me contar a história, seu coração não carregava mágoa, dizia que todos que conheceu lá foram agentes de desenvolvimento e crescimento pessoal. Essa história começa assim: Depois de mais de 40 anos sem dar sinal de vida, um tio reaparece na família. Ele havia ido para São Paulo para “tentar" a vida e fugir da fome e dificuldades que sua família vivia, filho de uma nordestina, com mais oito irmãos menores, venceu na vida em São Paulo, se tornou um empresário no ramo têxtil e depois desses longos anos decidiu procurar a mãe e ajudar no que fosse possível. O sobrinho estava estudando informática, que na época estava no seu auge de lançamento, todos diziam que ela iria dominar o mundo e que quem não soubesse informática teria de mudar de planet

O mundo tem deixado de ser romântico, está fora de moda as ações românticas. Por mais que eu tente ensinar aos meus filhos, vejo que é como ensinar datilografia, uma prática muito útil no passado mas que se tornou obsoleta. Inda fico na duvida se os preparo para serem "Lords", geltlemans ou se para "ter Pegada", na linguagem feminina. Mas é claro que quando se fala de amor todo mundo quer. As lindas histórias, as canções, os filmes....tudo isso ainda faz chorar. No entanto, o que chamamos de amor por muitas vezes nada tem a ver com amor. Na maioria das vezes, o amor, e consequentemente, o casamento é constituído de uma expectativa inconsciente de que o parceiro, o cônjuge, o companheiro poderá suprir nossas necessidades não atendidas. Como se esperássemos que o outro nos completasse. Como se fossemos a metade de uma laranja esperando a outra pra se tornar completa. Isso não é verdade! Quando o companheiro revela-se incapaz de oferecer aquilo que o outro precisa ou

Não tem como não compartilhar. Às vezes penso que nós músicos não somos deste planeta. Parece que nossas emoções estão para muito além do tangível...parece que nosso coração e mente viajam à bordo da Interprise. Até posso ouvir a narração na abertura da série Star Trek - O espaço, a fronteira final........indo aonde nenhum homem jamais esteve! All of the Stars Todas as Estrelas https://www.youtube.com/watch?v=PmmSYvShuCc É apenas mais uma noite E eu estou olhando para a lua Eu vi uma estrela cadente E pensei em você Eu cantei uma canção de ninar À beira da água e sabia Se você estivesse aqui Eu cantar para você Você está do outro lado Como as divisões do horizonte em dois Eu estou à milhas de distância para te ver Eu posso ver as estrelas Da América Pergunto-me, você as vê também? Então abra os olhos e veja A forma como os nossos horizontes se encontram E todas as luzes conduziram Na noite comigo E eu sei que essas cicatrizes vão san

Resolvi escrever este post, neste primeiro momento, direcionado às mulheres porque muitas das pessoas que lêem os meus post's são mulheres. Num outro post irei falar sobre rejeição pela ótica masculina. A rejeição é um dos sentimentos mais terríveis experimentado pelo ser humano, provoca sensação de abandono e pode causar grandes danos à saúde emocional do indivíduo. Geralmente acontece nos relacionamentos amorosos, mas pode ocorrer na vida social, familiar, ou profissional. Não importa a idade que se tenha ou o tipo de relacionamento que se viveu, a rejeição sempre causará dor. No dicionário, a palavra rejeição é definida como o ato ou efeito de repelir, repudiar, recusar, descartar, lançar para fora de si. Este conceito, por si só, já causa grande angústia. A sensação é de abandono e depreciação. Quero levantar o assunto em duas perspectivas, uma sendo a mulher agente ativa da rejeição, ou seja, aquela que por um motivo ou outro se torna a causa. Tenho presenciado muit

Há uns anos atrás li um bom livro por título Pai Rico, Pai Pobre, de Robert T.  Kiyosaki. Nele o autor fala sobre a diferença dos dois pais que ele tinha: um biológico e outro não e suas Fornas de administrar as finanças. O livro me ajudou bastante e ainda tenho sonhos de adquirir ativos. Na época comprei um livro desse numa edição especial pra criança pra dar aos meus filhos. Passados quase 7 anos continuo achando muito difícil explicar para os filhos adolescentes o verdadeiro significado de ser rico. Num mundo tão capitalista, tão volúvel, onde os colegas disputam quem tem o celular mais moderno, quem tem o da maçãzinha, quem tem os melhores tênis, quem tem, quem tem, e quem tem. bicicleta e chinelos de de hoje valoriza "Quem tem" e não "Quem são". É claro que nós gostaríamos de dar aos nossos filhos tudo o que precisam pra se sentirem felizes, com a auto estima lá em cima, mas também não queremos torná-los consumistas e sem valores. taí exatamente o X da quest

Sugiro ao ler ouvir esta canção.   https://www.youtube.com/watch?v=GtfoEc2O1Zw Domingo pela manhã ouvimos uma boa palavra do nosso pastor do ministério de casais e resolvi aprofundar um pouco mais o tema. Não existem pais saudáveis, inteligentes, normais que não queiram ver seus filhos bem sucedidos, seja na área profissional, emocional, ou espiritual nosso sonho é sempre ver nossos filhos indo mais longe que nós. Pensando nisso é importantíssimo falar da responsabilidade dos pais em ajudar o filho a alcançar esse alvo. E para ilustrar o tema vamos usar a figura do arqueiro com seu arco e flechas. O pai é esse arqueiro que empunha o arco para lancar a flecha, o filho, em direção ao alvo. E para ter sucesso em atingir o alvo, o arqueiro precisa ser técnico, preciso, para que sua flecha não se perca. Vamos ver então que técnicas são essas que os arqueiros precisam aprender. 1. POSTURA Postura é uma das poses mais básicas de um arqueiro. Muitas mudanças precisam ser feitas na po

Hoje foi um dia que três coisas me inspiraram a escrever este texto. Primeiro foi à tarde, quando assistí ao filme Um Senhor Estagiário , com Robert de Niro e Anne Hathaway (indico). A segunda foi à noite, ouvindo sobre estatísticas brasileiras de homens que cansam da vida e escolhem o suicídio. E a terceira, um belo texto de Augusto Cury que recebi de uma colaboradora. Essas fontes me fizeram lembrar de um momento muito ruim na minha vida. (Que coragem de abrir minha vida aqui... ) Há muitos anos atrás, quando me separei, perdi completamente o chão. Achei que fosse morrer; parceria que o chão abrira bem debaixo dos meus pés. Numa tacada só "perdi" tudo que era importante pra mim. Para quem teve o desprazer de viver essa situação sabe o que estou falando. Pra quem não viveu vai achar sempre que é exagero. Freud diz que o homem pra ser feliz só precisa ter estabilidade emocional, e o que produz esta essa estabilidade são duas coisas: Amor e Trabalho. (Claro que eu pens

Essa é uma memória muito legal que tenho. todos os anos íamos acampar no sítio de um amigo chamado Barreto.  Todos os anos iam apenas os meninos, que chamávamos de Embaixadores do Rei, mas nessa oportunidade resolvemos levar o conjunto Arco-íris todo. Pelo que me lembro foi o primeiro acampamento que Vilson e a turma do Helio Barquí participaram. Como era muita gente nessa vez, o nosso paizão Ivo, conseguiu barracas do exército e nós, os meninos mais velhos,  tínhamos o costume de sempre pregar peças nos meninos mais novos. Valia pasta de dente, cadarço amarrado com mil nós, casacos com nós nas mangas (tinha mãe que dizia que os casacos chegavam com tantos nós que colocava na máquina de lavar com nó e tudo pq não conseguia tirar). Vilson era novato, mas como era da nossa idade, deixamos ele aprontar conosco. A pasta de dente já estava chata e muito conhecida. A ordem era não aprontar pq as meninas estavam junto conosco (juntos mas numa area afastada separada só para meninas pq nos

Ontem me deparei com a notícia do jornal que dizia que o Brasil chegou a 16 milhões de desempregados. 12 milhões que perderam seus empregos e ainda estão fora do mercado de trabalho e quatro milhões que perderam seus empregos mas que continuam trabalhando de forma informal, que o jornal chamou de subutilizado. São profissionais altamente capacitados mas nem chegam a procurar emprego porque sabem que não vão encontrar.  Isso me fez lembrar do povo hebreu no deserto, história contada na biblia no livro de Êxodo. Na história, o povo passa por um momento de, no início, alegria extasiante, por ter se livrado da escravidão. Mas o caminho que parecia curto se prolonga por 40 anos. Deus queria ensinar, moldar e tirar todas as mazelas que aquele povo adquirira no Egito e para isso os fez passar por provações mas nunca os abandonou. Estava com eles fisicamente. De dia na forma de uma nuvem e à noite como uma coluna de fogo.  Dentre os muitos milagres produzidos no deserto um me chama

Ela chega devagar, quase não fala... Com seus olhos claros, cujo formato lembra um pouco os da Diva Sophia Loren, parecem estar sempre atentos a tudo. Quando está com o olhar sério transmite uma segurança inabalável e uma força descoberta após as lutas da vida e as decepções que vem com elas. Parece que sua mente não pára de produzir, está sempre pensando em coisas novas, projetos novos, novos desafios... Sua beleza é diferente, é exótica, é misteriosa, é incógnita. Às vezes um pouco tímida, às vezes extrovertida. Uma mistura de maturidade e leveza da juventude. Não importa se se conhece a pouco tempo ou a muito.... O que importa mesmo é a afinidade.  E como dizia Artur da Távola... "Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois. Não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade , qualquer reencontro retoma a relação ,

Continuando meus posts sobre Ciclo da autossabotagem, quero tratar do ciclo na perspectiva da criação de filhos. Para falar disso precisamos começar pelos pais. Alguns deles vem de uma criação de intolerância e desarmonia e outros, por outro lado,  de um meio cheio de empatia,  positividade e compreensão. E para se ter filhos emocionalmente saudáveis, a criação e o ambiente também devem ser saudáveis. Interpretar o comportamento dos filhos como parte de uma experimentação no processo de crescimento. Esta abordagem aberta e liberal pode se basear no desejo de ver os filhos se transformarem em adultos independentes e autoconfiantes.  Alguns pais são mais tolerantes no aceitar que os filhos cometam erros, acreditando que essa possibilidade faz parte do processo de aprendizado da criança. Às vezes de maneira nem tão saudável esses mesmos pais podem ficar relutantes em estabelecer limites, o que pode gerar outros tipos de problemas. Ha também outro tipo de pais,  aqueles que precis

Quero compartilhar com vocês uma série de post's sobre esse assunto que muito tenho visto nos dias de hoje. Pessoas sabotando seus relacionamentos, seu trabalho e até sua própria saúde. Dada a relevância, resolvi escrever um pouco sobre essa questão é espero poder ajudar a quem esteja nesse ciclo vicioso maléfico.  Mas para tratar desse assunto precisamos pensar na primeira palavra -  CICLO - o que nos remete a pensar que a autossabotagem é uma prática que se repete. Então vamos pensar nessa repetição!  Surge algumas perguntas sobre a questão: Por que ficamos cegos aos padrões de repetição que cometemos? Por que vemos mulheres sendo atraídas pelo mesmo tipo de homem que lhe faz mal? Por que aquele homem vive trocando de namorada? Por que os filhos daquela família apresentam a mesma dificuldade? O indivíduo que apresenta essa compulsão à repetição não tem discernimento do que está causando essa dificuldade. É como esse furacão que estamos tendo notícia que está chegando aos EU

Muita gente não acredita em alma gêmea, talvez nem eu mesmo acredite. Mas o que pensar quando conhecemos uma pessoa que parece saber exatamente o que pensamos, parece que a conexão é tão forte que, mesmo à distância, tem se a impressão de se falarem pelos olhos. Quando se pega o telefone pra ligar, ela já estava esperando a ligação; quando acontece alguma coisa com um, o outro sente mesmo estando longe. Tem-se muitas coisas em comum e não há como esconder nada um do outro. Como se explica uma coisa dessas??? Há muuuuito tempo atrás assisti o filme - O Pássaro Azul.  O filme apresenta o céu antes das crianças nascerem na terra e, curiosamente, tem um casal apaixonado que estão prontos pra descerem pra nascer e choram abraçados porque não sabem se irão nascer próximos um ao outro. Será que em algum lugar alguém já nasce pre-escolhida para o outro? Será que de alguma forma somos seres sempre incompletos, esperando alguém que nos complete? Ou essa incompletude é eterna. Claro que o

Compartilho com vocês um poema que marcou minha vida. Primeiro, quando cantei sob a regência de Elza Lackschevitz, a primeira das grandes maestrinas que passaram por minha vida. Depois conhecer pessoalmente o autor da música que embala esses versos de Cecília Meireles - Ronaldo Miranda, um dos maiores compositores brasileiros e, na época, diretor da Sala Cecília Meireles. Coincidências? Não acredito nelas. E finalmente, por eu mesmo ter tido o prazer de encantar, Brasil à fora, platéias de músicos com a mesma canção, só que agora nas vozes do meu Coral Usina. A primeira vez que cantamos pra valer foi em Vitória, ES. Tínhamos sido convidados para participar do Encontro de Coros de Vitória - o CantarES (Nome de outra obra prima de Ronaldo Miranda. Outra coincidência? Não, não acredito). Chegamos na manhã de sábado e fomos todos para uma padaria tomar café, e logo depois nossa tradicional cantoria para quem assiste. A noite nos dirigimos ao teatro da Universidade. Estava lotado. O di

Esses dias ao me lembrar de dois filmes fiquei pensando no que faz uma pessoa deixar de se relacionar no pessoal, tete à tete, face a face, olho no olho, para se esconder atrás de uma imagem que, muitas vezes, é apenas a materialização do seu desejo, uma forma de mostrar aquilo que gostaria de ser. O primeiro filme foi Os Substitutos, com Bruce Williams. Nesse filme todos tem um robô substituto, enquanto todos estão na segurança de sua casa, são os robôs que estão nas ruas trabalhando, se relacionando. O outro filme conta a história de um homem de meia idade que ao fazer um perfil "fake" mais jovem num site de relacionamentos, acaba conhecendo uma adolescente e se envolve com ela. Quando descoberto pela esposa e denunciado à polícia levam-no até a casa da adolescente, e para surpresa dela por não ter se envolvido com ninguém da Internet descobrem então que o perfil da moça também era um "fake" feito por sua mãe.  Nesses dois filmes é retratado uma atividad