Síndrome de Peter Pan


Como eu havia prometido no post que escrevi sobre o Complexo de Wendy, segue então um post para falar sobre o homem.
Há um tempo atras estava assistindo a uma reportagem que se intitulava GERAÇÃO CANGURU. Essa reportagem falava sobre a demora dos filhos em sair de casa para sua vida independente. Assim como os marsupiais que carregam seus filhos por muito tempo em suas bolsas, assim tem acontecido no mundo.
Constuma-se dizer na atualidade, que os filhos são os hóspedes mais caros e exigentes que uma pessoa pode ter. O aconchego da casa dos pais, sem muitas responsabilidades além do dever da escola e de arrumar o quarto, comida à mesa sempre quentinha e muito conforto são coisas das quais pode ser difícil se libertar. No entanto, chega uma hora que esse rompimento natural acontece. Exceto para aquelas pessoas que podem ser portadoras da Síndrome de Peter Pan.
Quem explica como ela se desenvolve e que consequências pode ter é a psicóloga Lisane Luz Pacheco, que atua no Núcleo de Apoio Psicológico (NAP) de Novo Hamburgo (RS). De acordo com ela, a Síndrome de Peter Pan tem a ver com certos traços da personalidade que se caracterizam pela imaturidade psicológica e pelo narcisismo.
“São pessoas que se negam a envelhecer e que são dependentes”, afirma a psicóloga. Ao invés de viverem as mudanças psicológicas naturais da adolescência, a especialista explica que as pessoas com esta síndrome passaram diretamente da infância para a fase adulta, esquivando-se justamente da adolescência.

Adulto com a Síndrome de Peter Pan se comporta como criança. Quem tem a Síndrome de Peter Pan continua se comportando como criança mesmo quando se torna adulto. Apesar desse contexto, de acordo com Lisane, a Síndrome de Peter Pan não é considerada uma doença, pois não é referenciada nos manuais de transtornos mentais.

Esta síndrome, informa a especialista, foi aceita na área da Psicologia desde a publicação de um livro escrito em 1983, The Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up ou “síndrome do homem que nunca cresce”, escrito por Dan Kiley. “No entanto, não há evidências de que esta síndrome seja uma doença psicológica real”, destaca Lisane.

Sinais da Síndrome de Peter Pan
De acordo com a psicóloga do NAP, a Síndrome de Peter Pan se manifesta por meio de traços da personalidade do indivíduo, que senega a crescer e é bem mais frequente nos homens do que nas mulheres.

  • Irresponsabilidade
  • Ansiedade
  • Conflito relativo ao papel sexual. 
  • Extrema dependência
A primeira pode ser resultado de uma educação extremamente permissiva por parte dos pais. A irresponsabilidade como sinal da síndrome resulta da falta de limites ou punições no processo de criação e educação dos filhos. Nesse aspecto, podemos encarar a educação dos pequenos como uma importante fase de prevenção a complicações como a Síndrome de Peter Pan.

Já a ansiedade, se apresenta como uma profunda insatisfação consigo, embora, muitas vezes, não o demonstre diretamente e pode estar, da mesma forma, ligada à forma como o indivíduo é criado e educado.

E o conflito sexual se instala quando estabelece a divisão clara entre os papéis de homens e mulheres. 

Uma relação patológica se cria quando pelo caminho se encontram duas pessoas - Uma com Complexo de Wendy e a outra com Síndrome de Peter Pan. Uma goza do lugar de servir, de ser mãe, de ser cuidadora, por outro lado, o homem goza no lugar de ser cuidado, de não precisar crescer e assumir responsabilidades porque tem alguém que o faça. Apesar de parecer que foram feitos um para o outro, insisto em dizer que é uma relação patológica, enferma e que precisa ser cuidada.

O caminho mais eficaz para o tratamento de ambas, tanto do Complexo de Wendy quanto a Síndrome de Peter Pan é a psicoterapia. Nesse processo o trabalho é direcionado para o autoconhecimento, para o ato de conseguir passar pela adolescência. O tempo de tratamento é bem relativo e vai depender das respostas de cada paciente.

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