Ciclo da Autossabotagem - Repetição no Casamento

O mundo tem deixado de ser romântico, está fora de moda as ações românticas. Por mais que eu tente ensinar aos meus filhos, vejo que é como ensinar datilografia, uma prática muito útil no passado mas que se tornou obsoleta. Inda fico na duvida se os preparo para serem "Lords", geltlemans ou se para "ter Pegada", na linguagem feminina. Mas é claro que quando se fala de amor todo mundo quer. As lindas histórias, as canções, os filmes....tudo isso ainda faz chorar. No entanto, o que chamamos de amor por muitas vezes nada tem a ver com amor. Na maioria das vezes, o amor, e consequentemente, o casamento é constituído de uma expectativa inconsciente de que o parceiro, o cônjuge, o companheiro poderá suprir nossas necessidades não atendidas. Como se esperássemos que o outro nos completasse. Como se fossemos a metade de uma laranja esperando a outra pra se tornar completa. Isso não é verdade! Quando o companheiro revela-se incapaz de oferecer aquilo que o outro precisa ou deseja vem, então, a decepção.

As pessoas procuram aquilo que não tem, e colocam no outro a carga de ter de suprir tal falta. Freud vai dizer que somos seres eternamente “faltantes“. Nessa eterna busca, que começa na célula familiar, quando os filhos buscam nos pais essa completude, dá-se início a esse ciclo pernicioso onde o tempo é um mero espectador. O tempo passa e a busca por esse amor continua com o mesmo protagonista mudando apenas os atores.

Com o objetivo de ser aceito pelos pais, a pessoa, inconscientemente, busca a resolução desse sentimento escolhendo um parceiro parecido com os pais. Normalmente é a repetição da mãe hostil e dominadora e do pai frio, ausente e insensível. Não é difícil achar moças que casaram com homens exatamente iguais a seu pai, tanto na forma positiva quanto negativa. Como também homens jovens escolhem mulheres tendo sua mãe como parâmetro. Quando vemos alguém repetindo ações boas ficamos felizes. Alguém que conviveu com uma família ajustada e repete esse ajuste na sua; alguém que foi criado com um bom pai e acerta na escolha de um bom marido. O problema da repetição é quando repete-se algo ruim e torna a repetí-lo por várias vezes. O protagonista pensa sempre que na próxima vez será diferente, mas está preso ao ciclo da sabotagem.

A escolha inconsciente do parceiro representa uma tentativa de mudar aquele pai ou mãe, de conseguir o carinho que lá atrás faltou, e permanece o resto da vida tentando agradar os pais, fazendo com que eles os ame da maneira como gostariam de ser amados. Isso não funcionou com os pais e não vai funcionar com o cônjuge.

A repetição pode acontecer também em justa posição contrária, quando tem-se os pais como referência do que NÃO ser. Nesse caso o consciente está mais presente, a protagonista sabe o que viveu e não quer mais aquilo para si. Aqui está justamente o segredo para sair desse ciclo de autodestruição - Ter a consciência pulsante em tudo que for fazer, em toda decisão que for tomar, em toda escolha que optar. O EU, por si só já traz elementos suficientes para tomarmos cuidados, então a manutenção do vigiar nossos impulsos se torna cada vez mais importante nesses casos.

Seja autor de sua própria vida. Não se deixe dominar. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Coríntios, nos deixa um excelente ensinamento: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém. Todas as coisas me são lícitas mas eu não me deixarei ser dominado por nenhuma delas" 1Co 6.12


fonte de pesquisa: O Ciclo da Autossabotagem - de Stanley Rosner e Patricia Hermes, editora Best Seller

Comentários

  1. Muito boa sua abordagem sobre relacionamentos, à luz dos "nossos valores", digo nosso, porque somos de outra geração. diferente dessa moderna, que tem muita pressa pra tudo. inclusive nos relacionamentos que por consequência são "rasos", sem profundidade, sem apego ou compromisso. Passo o mesmo dilema na orientação do meu filho. Tento orientá-lo quanto ao cuidado com os sentimentos alheios e o respeito devido... Mas, compreendo que os filhos de hoje sofrem um conflito e uma pressão muito grande por conta do "modismo" de ser o "cara".
    Mas, acho que não podemos desistir, continuemos fazendo a nossa parte; passando pra eles os valores em que fomos criados e cremos que é o certo!!!
    Nós que somos "bem" adultos, sofremos pressão e somos diariamente confrontados, com o que "rola" no mundão, e os nossos valores pessoais, imaginem eles, os filhos??? O jeito que arranjei para me proteger desse "confronto" pessoal e diário, foi criar um "mundinho" só pra mim.Não é muito coerente, mas tem funcionado...

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    1. Parabéns Ana, parece que está fazendo um bom trabalho.
      Obrigado por enriquecer minha postagem.

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