Londres e a África

 Durante muito tempo ouvi falar da riqueza cultural da África bem como da riqueza linguística. Mas também sempre ouvi falar que, a excessão da África do Sul, o continente parece que parou no tempo. Quase não há tecnologia, as pessoas vivem em seus países como há centenas de anos atrás. É um continente ainda muito divido em tribos com suas próprias culturas, costumes e até seu próprio idioma. São mais de 2000 línguas entre idiomas e dialetos. 

Nunca conheci pessoalmente a África, também nunca tive interesse em conhecê-la a não se pelos safáris. Mas o que nos chama atenção é o isolamento que cada grupo vive. Como disse antes, vivem em pequenos grupo em que alguns nem a concepção de país tem. Pra eles o que existe é apenas a tribo. Algumas tem seu próprio rei.

Outra coisa muito interessante que sei é que mesmo tendo um idioma particular, todos falam uma língua que é mais comum à grande maioria, uma língua comercial, onde as pessoas se encontram pra comprar e vender e naquele lugar há um idioma em comum. Muitas vezes o Zulu (antigamente eu ouvia falar que o idioma mais falado era o Swaihili).

Neste tempo que estou em Londres uma coisa me chamou muito atenção, por onde quer que eu andasse eu via pessoas conversando sozinhas. Claro que com o advento da tecnologia, dos celulares, dos fones de ouvido sem fio, olhando...parecia que a pessoa eatava falando sozinha mas na verdade tinha alguém "no ouvido".
Na grande maioria das vezes o idioma ouvido por mim não era o inglês. Cada um fala na sua língua nativa, com seus pares, e só usam o inglês pra falar com os que não está no seu círculo. 
Viram a similaridade com a África? 

Mesmo num grande centro, como Londres, as pessoas continuam vivendo em suas tribos, tendo seus próprios costumes, cultura e apenas na interação com o lugar onde estão é que se vêem obrigados a falar a língua comercial, que no caso daqui é o inglês.

Sempre falei para os meus filhos que, em caso de imigrarmos, a melhor maneira de viver em outro país é se aculturar, se moldar à nova cultura, aprender os costumes, leis, língua e não levar de ruim o que nossa cultura tem. Mas é impressionante como vejo aqui grupos que não se aculturam, vivem apenas em outro lugar, mas continuam com os mesmos vícios do seu lugar de origem. Mas não quero nem me ater a esse ponto.

Minha reflexão maior é sobre essa policultura, sobre essa gama de realidades diferentes, vivendo no mesmo lugar, no mesmo prédio e às vezes na mesma casa (porque aqui há cultura de se alugar quartos da casa para imigrantes, e as vezes dentro da mesma casa há pessoas de 3 ou 4 nacionalidades diferentes) mas completamente distantes um do outro.

O ser humano está fisicamente perto do outro, mas emocionalmente distante centenas de quilômetros. Em Londres hoje vive cerca de 8 milhões de habitantes, mas como eu percebo que estão dividos em tribos, longes e isoladas uma das outras.
O que nos afasta? O que nos une? Quem sou eeu para ter respostas pra essa modernidade, pra essa realidade... Mas vejo que as pessoas cada vez mais se afastam. Espero que os meus, não se adequem à isso e que, por mais distantes fisicamente que estejamos, lembremos de estar perto, de cuidar, de ligar, de se relacionar. Porque, o que será de nós sem nossos laços de relacionamentos?
Pense nisso... já ligou pra alguém que ama hoje?


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