Relacionamentos Baseados na Utilidade

Um dos temas mais discutidos hoje em dia nas rodas de amigos são como os relacionamentos passaram a ser descartáveis, fluidos, líquidos. Antigamente as amizades eram duradouras, leais, fiéis. Amizades tipo Sex and The City. Tenho amigos de infância que são quase como irmãos. 
Hoje as amizades são mais baseadas em utilidade, em ganhos, em proveitos pessoais. Se alguém tem algo a contribuir com meu crescimento então devo "colar" nele. Já ouví até lideres religiosos falando: Não ande com gente que não lhe acrescente em nada, não ande com "Zé Roela" ande com gente que lhe traga benefícios (que horrível!)

Este post foi incentivado por duas mensagens que recebi ontem: um video que recebi de uma prima muito querida, do Pe. Fábio de Melo - Arvoreando - e de uma amiga colaboradora deste blog que está sempre me propondo temas. (abraços e beijos nas duas)

Estou assistindo uma série da Netflix chamada SUITS (indico), que apresenta muito esse argumento de que um relacionamento deve e precisa ter solidez, lealdade mas não cega! Tem gente que quer que você seja leal a ela cegamente, fazendo ela o certo ou o errado. Não é por aí. Na série o jovem aprendiz é estimulado a ser leal a seu líder a qualquer preço, mas ele vai de encontro à isso e diz NÃO. O certo é certo e o errado é errado! Quando uma pessoa se posiciona dessa forma num relacionamento nos dia de hoje, o mais comum é ser posta pra fora, é ser descartada.

Bauman vai dizer que como no Facebook,  os relacionamentos se tornaram tão frágeis que ao click de um mouse você pode excluir várias amizades assim como recebê-las. Diferente de antigamente, onde as amizades eram duradouras mesmo com seus problemas. Para se conquistar uma amizade era muito difícil, precisava ter confiança mútua. A gente sabia que fulano era mais complicado de lidar, mas ainda assim mantinha-se o relacionamento. 

No vídeo do Pe Fábio de Melo ele lembra das práticas de Jesus nos relacionamentos. Jesus não escolhia as pessoas mais fáceis de se lidar nem as que lhe traziam benefícios, muito pelo contrário, seu relacionamento era com pessoas difíceis, cheias de problemas, cheias de defeitos.
Pedro não era leal, era pavio curto; João era indisciplinado e tinha espírito exaltado; Tomé e Felipe eram incrédulos; Judas era corrupto assim como Zaqueu, e por aí vai.... Eu também tenho meus defeitos assim como você, caro leitor, mas nem por isso devemos nos abster dos relacionamentos. Hoje vi uma postagem de uma pessoa que sigo nos EUA na qual ele dizia: "Você é a média das cinco pessoas que andam com você. Se quer ser milionário, ande com milionário; quer ser pobre ande com pobre. Você aprende a pensar como as pessoas que andam mais próximas a você." 

Infelizmente existem pessoas que só lhe procuram quando precisam de alguma coisa. Estão sempre ausentes, distantes e alheios às suas necessidades, mas basta a necessidade dele aparecer que te procura. Pessoas assim eu chamo de colegas, não amigos! Pra mim, amigo é outro tipo de pessoa. 



Comentários

  1. Perfeito Nao há o q comentar O texto é esclarecedor.Nessa minha existência de mais d meio século tenho visto isso e posso repetir algumas palavrinhas q incomodam : sds, passa lá em casa. .. e por aí

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    1. Verdade Dil. Será que existe forma de se voltar às velhas amizades???

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  2. Não concordo com seu amigo dos EUA, não sou a média das cinco pessoas que andam comigo e nem tampouco elas irão influenciar meus ganhos e perdas. Tenho amigos ricos com pensamentos pobres e tenho amigos pobres riquíssimos em pensamento e caráter. Na verdade, tenho visto que quanto maior o contra-cheque, menor o caráter de um ser humano.
    Sei que sou o reflexo do que recebi de influencia familiar ( principalmente a do meu pai), porém tento me moldar a um pensamento mais contemporâneo. Tenho também tentado ser menos impulsiva no agir e no falar pois sei que ás vezes minhas verdades machucam e os laços, tão frágeis hoje, se rompem e quem perde sou eu, pois o sentimento de fazer sofrer é muito cruel. Tenho pouquíssimos amigos, mas os que tenho amo de verdade. Procuro construir relações sólidas e verdadeiras e não escolho pessoas. A vida, muito sabiamente, nos a apresentam. Há um ditado que diz que só perdemos o que, na verdade, nunca foi nosso.
    Quero muito "ter utilidade" aos meus amigos, mas desejo que não seja somente isso que busquem em mim, assim como não quero buscar em qualquer pessoa a "utilidade" que ela possa ter pra mim.
    É muito fácil descartar as pessoas hoje em dia. Como disse, basta um "excluir". Mas e o coração ? Como fica lá dentro ? Posso apertar um botão, posso fazer um "delete", mas não posso "desconstruir" sentimentos, não posso fingir que eles nunca existiram. Se eu deixar ir é porque também estou construindo minhas amizades na utilidade que elas possam ter pra mim.

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  3. Excelente comentário prima. O texto realmene faz essa reflexão. Será que conseguimos amizades livre das utilidades?

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    1. Sim primo. Se verdadeiramente amarmos nossos amigos.
      O amor é o único sentimento que resiste a tudo. Podemos nos decepcionar, podemos nos sentir abandonados pelos amigos mas se essas relações forem baseadas no amor jamais iremos conseguir viver sem esses "irmãos sem sangue" que Deus, muito sabiamente nos Deus. Existe uma passagem na Bíblia que diz que "Davi amou Jônatas mais que a todas as suas esposas". Imagino que amor seria esse... Amor verdadeiro, longânimo, benigno. E ao longo da história de Davi vemos o que ele faz pelo filho de Jônatas. Me espelho muito nesse exemplo de amizade. Tenho um querer, uma necessidade e uma grande preocupação pelo bem estar de amigos queridos. Já passei momentos muito difíceis e nestes momentos a mão do Senhor tocou o coração de amigos em minha direção. Fui abençoadas com amigos maravilhosos e o meu desejo é ser também benção na vida dessa pessoas. Ser benção é bem diferente de ser útil.

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    2. Lindas palavras e exemplo perfeito prima. Vc tem razão!!!

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