Amor Além da Vida
Há coisas nesse mundo que realmente não
sabemos explicar. Coisas que se tornam bases de outras religiões mas que mesmo elas
também não conseguem uma explicação científica nem mesmo plausível.
Desde a minha infância, percebo o mundo de
forma diferente dos meus pares. É quase como se eu percebesse a história
passando bem na frente dos meus olhos mas que eu não fizesse parte dela, como
um filme, como se eu fosse algum tipo espectador, hora protagonista hora
narrador de minha história e das histórias das pessoas que me cercam. Me chama atenção a capacidade de
guardar detalhes de cada momento da história, como se fossem fotografias tiradas e colecionadas no meu M-Cloud. Gigas e mais Gigas de memórias minhas e de outras pessoas.
Esta capacidade de observação me levou a
detectar atividades sensoriais quase que sinestésicas, e quero neste post falar
de uma que percebo em especial.
Há tipos de relacionamentos cuja ligação
está para além da compreensão humana. Ligações que unem atos, decisões e até a
saúde de pessoas, mesmo que uma esteja muito longe da outra.
Já tive relatos de pessoas que dizem que quando
uma pega o telefone pra ligar a outra já atende sabendo quem era ou respondendo
que teve a mesma vontade de ligar; ou quando ao telefonar para um amigo em
comum, esse amigo diz ter recebido um outro telefonema da outra pessoa, ao
ponto de dizer: Toda vez que ela liga já sei que você vai ligar; Casais que,
uma vez separados pela morte, não demora meses para que o companheiro vá a seu
encontro; “Casais“ que foram destinados nesta vida a não serem casais. E mais “N“ formas de inexplicáveis sintonias.
Surgem então várias perguntas (e sei que são
elas que nos movem), que sei que não terei respostas, mas não custa nada tentar achá-las:
Será que o amor começa em algum lugar antes
da terra, como no filme O Pássaro Azul,
de Walter Lang? Se há vida após essa terra, quem nos garante que não haja
antes? Será que existe algum relacionamento predestinado? Será que haverá um
ponto de convergência para os destinados à separação pela distância ou por
qualquer outro fator?
Ao escrever este post lembrei-me do filme com Robin Williams, Amor Além da Vida, cuja sinopse é: Chris e Annie Nielsen são muito felizes, até seus dois filhos morrerem em um acidente. Com muito custo, eles superam o desespero, porém, quando Chris também morre em um acidente quatro anos mais tarde, Annie não aguenta e se suicida. Ele acorda no Paraíso e é avisado de que o espírito dela está aprisionado e só poderá ser libertado se ele fizer uma perigosa jornada para encontrá-la.
Como a vida imita a arte, Robin Williams cometeu suicídio assim como o protagonista do filme. Será que ele também não foi em busca de um amor?
A sintonia é uma das linhas finas mais lindas que o ser humano pode experimentar. Palavras são desnecessárias, e as arestas perdem a força porque os pensamentos alinhados as sobrepõem. Me impressiona o quanto os olhos falam e tantas vezes divergindo do que dizem os lábios. Não teremos várias respostas a questionamentos como alguns aqui do seu post. Sigo acreditando em escolhas e não em predestinação - isso seria caos no equilíbrio sob o meu prisma...
ResponderExcluir