Karatê Kid X Cobra Kai - Uma reflexão sobre o Bem e o Mal


Quem tem por volta dos 45 a 50 anos assistiu o filme Karatê Kid, que se tornou uma febre entre os adolescentes da época. Era a década de 1980, onde vivíamos a ditadura, mas nós mesmos nem sabíamos o que isso significava. Preferíamos falar de música, de filmes, entre os preferidos estavam Star Wars e a recente saga de Daniel San e seu mestre Sr Miyagi. A trilogia foi um verdadeiro sucesso entre meninos e meninas, eu mesmo fui um dos que procuraram academias de Karatê, e por lá fiquei muitos anos.

A recente continuação da saga, que se transformou em uma série da Netflix por nome de COBRA KAI, levantou uma questão muito mais que nostálgica, levantou uma questão sobre nossa visão sobre " O Bem e o Mal". Não sou crítico de cinema, e é claro que quem está assistindo a essa série, o está fazendo pela ligação com o Karatê Kid, porque na verdade é uma série bem fraquinha, tipo vários filmes de seção da tarde, mas também era a proposta do Karatê Kid.

Na trilogia Karatê Kid era uma luta do bem contra o mal. O bem, era caracterizado por Daniel San e o Sr Miyagi, enquanto o mal era encarnado no dojô Cobra Kai. O tempo passou e na nossa cabeça foram essas referências que ficaram. Mas o que tenho visto na nova série, é que existe um outro lado da moeda, existe uma história que ninguém contou. Não existe ninguém 100% bonzinho, assim como não existe ninguém 100% mau. Há sempre uma história a ser contada de ambos os lados.

Quantas vezes conhecemos pessoas que à primeira vista são pessoas boas, exemplos de família, de pais, de mães, de líderes, de pastores, de políticos, de autoridades. Mas que ao conhecer mais próximo não são tão exemplos assim.
Pessoas aparentemente boas, mas que usam sua influência para praticarem sua ganância, seu autoritarismo, seu amor ao dinheiro e ao poder. Pessoas que usam as outras, que pisam em algumas, que denigrem com o único objetivo de permanecer no poder, pessoas que usam até seus próprios filhos, como num plano maquiavélico de se perpetuar em algum lugar.

Por outro lado, a série nos mostra um lado triste de alguém que foi encarnado como o "mal". Um homem que tinha um história difícil, de assédio moral praticado pelo padrasto, que vivia uma vida de aparência e que sua referência de líder era um homem mau e inescrupuloso.

Vivemos em um mundo onde a aparência conta muito. Você além de SER precisa pareCER. Aliás, às vezes nem precisa SER, basta PARECER. O mundo vive nessa ilusão, só olhar a felicidade estampada no Facebook. E isso gera um terrível preconceito, haja vista o que aconteceu com o músico violoncelista, preso no Rio de Janeiro. Que apesar de testemunhas, de fotos, de contrato de trabalho, de que ele estava em outro lugar, apesar de ter toda um entorno que respaldava sua inocência, ele foi preso por ser negro, foi preso por ter sido "reconhecido" pela vítima. A notícia boa de ontem, é que ele foi solto.
Preconceito é uma coisa horrível, tanto de um lado quanto de outro. Se decepcionar com alguém que parecia ser do bem mas que no fundo não é, e você só descobre depois de muito convívio, é muito ruim. Por outro lado é uma culpa terrível fazer um pré conceito de alguém por causa da sua cor, do seu grau de instrução, ou do seu nível social, e isso é igualmente ruim. Por detrás dessas características pode existir uma pessoa boa, mas que não teve oportunidades, ou que mesmo tendo, não teve um suporte emocional ou psicológico para fazer a escolha certa.

O mais importante nisso tudo é saber lidar com o ser humano de igual forma. Pedir a Deus discernimento para lidar com próximo, pedir a Deus que nos esconda das pessoas más, sejam elas vestidas de lobo, ou mesmo vestidas de cordeiro. Que elas não achem nosso endereço, nossa casa, nosso trabalho, nossa família, nossos amigos. Que nos livre dos preconceitos que fazemos, e dos preconceitos que fazem conosco.

Talvez o mais importante é lembrar do título daquele livro: EM SEUS PASSOS, O QUE FARIA JESUS?
A não ser que você não acredite em Jesus, aí já é outra história. 

Abraços queridos leitores

Comentários

  1. Não assisti à série, mas achei bem interessante sua pontuação. Realmente na trajetória da literatura, personagens sempre foram rotuladas como bons ou maus, mocinhos ou bandidos, heróis ou vilões...O pós-modernismo mudou essa perspectiva e numa espécie de simbiose coletiva, os escritores começaram a dar forma a personagens assim: nem totalmente ruins nem absolutamente bons. Até o icônico vilão Coringa, tem a sua maldade de certa forma explicada por um passado muito difícil...
    Como a Palavra do Senhor diz: "Não há um justo sequer' ... Nós temos uma natureza ruim e pecaminosa, mas, pela graça do Senhor , buscamos lutar contra essa natureza difícil e seguir buscando a perfeição nEle. Que Ele nos ajude a melhorar e nos proteja da malignidade humana.
    Enfim, gostei do seu texto. Parabéns! E vou assistir à série água com açúcar...rs

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    1. Que nom que gostou do texto. É realmente importante sua colocação e obrigado por enriquecer ainda mais meu post.

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