O Divórcio na Igreja Atual
Eis aí o assunto mais pesado pra se abrir a discussão aqui no meu blog. Há tempos venho querendo escrever sobre esse assunto, mas devido a ser muito polêmico tenho evitado, mas é um assunto que muito me incomoda, não só pelo fato de eu estar nesse grupo - Os Divorciados - mas por ver um número enorme de pessoas na igreja que sofrem caladas com sua situação ou estado civil. O mês da família, talvez seja o mês mais difícil de se frequentar na igreja para esse grupo. É o mês onde se prega para uma família “normal“, é o mês em que se pede para que os filhos sentem com seus pais. Quanto sofrimento vemos nos olhos dos nossos filhos por não estar ali um de seus pais (no meu caso, meus filhos vivem comigo)...Cansei de ver meus filhos chorando no meu ombro após uma mensagem - será necessário esse tipo de situação pra eles? será positivo? será de crescimento? Fico com vontade de, no mês da família, eu tirar o domingo pra passear com eles, pra fazer umas escalas, visitar museus, sei lá...algo que troque o sofrimento pela alegria de estar juntos.
Gostaria de abrir esse post para um debate que seja de utilidade pública, um debate que ajude aos pastores e líderes a pastorearem melhor e entenderem melhor o universo desses que vivem essa situação, porque assim como acho “manco“ um padre falar sobre casamento, porque ele não casou e só pode falar de questões teóricas, da mesma forma penso em relação aos pastores que falam de divórcio, se eles mesmos não são divorciados ou não passaram por um. Minha expectativa é que este post seja um divisor de águas, onde pessoas que se sentem marginalizadas possam aqui se expressar, mas mais que isso, que possa haver um movimento de ir ao encontro dessas pessoas, que se mude o olhar e a igreja possa acolher melhor essas pessoas com amor e que elas busquem respostas dentro de si e dentro da Palavra pra se tornarem cada vez melhores.
Antes de falar do divórcio especificamente, gostaria de falar do que vem antes. Muitos casais vem sofrendo, vivendo um casamento de fachada, sem amor, sem respeito e sem perspectivas nenhuma de melhora. Há um despreparo muito grande no aconselhamento dessas pessoas. Por um lado o casal procura um(a) psicólogo(a) com padrões religiosos diferentes que busca no aconselhamento preparar esse casal para o divórcio. Eu mesmo passei por isso, quando meu terapeuta disse que o objetivo dele era me estabilizar emocionalmente para enfrentar o divórcio sem traumas. Por causa dessa frase deixei terapia!
Por outro lado, num outro extremo, há uma corrente religiosa muito radical que diz que, à luz da bíblia, o casamento não pode ser desfeito nunca. Grandes pregadores e escritores, como John Piper, seguem nessa linha. O argumento é que o casamento de um homem com uma mulher é um paralelo do casamento de Cristo com a Igreja, se Ele nunca rompe a aliança então não podemos nunca romper também.
Sinto que essa matéria deveria ser melhor estudada pelos líderes. Muito difícil encontrar alguém que realmente esteja preparado pra liderar esse ministério. Pra começar, se eu pudesse opinar, eu diria que para ser líder do Ministério de Casais, ambos tem de ter muito conhecimento de relacionamento, que um dos dois, pelo menos, seja psicólogo; que pelo menos um dos dois tenha um amplo conhecimento bíblico, sem legalismo, sem partidarismo; e de preferência que tenham feito cursos de orientação nesse sentido.
Agora entrando no assunto do divórcio. Quero contar minha experiência, porque não tem sido diferente aqui. Tenho, com coragem, aberto minha vida sempre com o intuito de ajudar a quem esteja passando por situação parecida e de certa maneira me curar de alguns traumas através da fala. Como eu disse no face, acredito na cura pela palavra falada, como também acredito na cura pela Palavra de Deus.
Fui casado por 12 anos com a mãe dos meus filhos. Tivemos um início de casamento muito bom até o terceiro ano, mas depois disso foi uma vida sofrida para ambos. Éramos imaturos e nunca tivemos ninguém que de fato tivesse uma orientação adequada. Sem falar que os objetivos eram diferentes, eu tinha um e ela outro, isso fez com que nos distanciássemos cada vez mais um do outro. Na época da nossa separação foi um trauma muito grande pra todos envolvidos direta ou indiretamente. Tínhamos uma família “perfeita“ e alguns se recusavam a crer que isso pudesse acontecer conosco. Nós éramos líderes na igreja e eu despontava na minha carreira como maestro.
Como o assunto é o divórcio e a igreja atual a minha experiência foi péssima. Eu fui tirado da frente da igreja, era final de ano e faltavam 20 dias para a Cantata de Natal, a liderança pediu que eu deixasse o coral e colocaram outro pra reger, no meu lugar, aquilo que eu havia preparado, acho que até hoje eles não tem noção como isso me feriu. Eu sentei no banco da igreja, com meus filhos no colo e assistí à Cantata em meio às lágrimas (para onde eu iria na noite de Natal?). Levei anos pra curar esse sentimento e perdoá-los. Mas isso não foi o pior. O descaso, o abandono, o julgamento foram as piores coisas que enfrentei. Algumas pessoas da igreja quando passavam por mim na rua, trocavam de calçada, como se eu tivesse lepra; a liderança, nos 7 meses seguintes, não me deu um telefonema sequer, e digo 7 meses porque eu liguei depois disso. Cheguei a ouvir do líder maior que ele decidiu cuidar da minha ex esposa, por julgar que ela era a parte mais frágil. Meu nome foi para o lixo, toda a comunidade religiosa da cidade me alijou.
Anos depois conheci outra pessoa e depois de um tempo de namoro resolvemos casar. Depois de 2 anos de casado começamos a enfrentar problemas, principalmente pelo numero de crianças em casa. Eu tinha 2 e ela também 2. Recebemos um convite para assumir um ministério numa grande igreja no Rio de Janeiro. O problema lá se agravou, porque a visão da líder dela era de papeis diferentes do que a bíblia fala. Veio a segunda separação, e com ela o convite a me retirar da liderança. Mas antes disso puxaram muito meu tapete, me humilharam publicamente, me sabotaram em tudo que puderam, ataques verbais de púlpito, até que eu mesmo pedisse pra sair pra que a justificativa perante a igreja fosse: Ele que pediu pra sair! Mas pra quem conversou com os lideres maiores, e nessa igreja só tem dois, e são os "donos da igreja" a justificativa foi clara: O maestro é muito novo e vai casar novamente e eu não posso ter um líder aqui casado pela terceira vez. Hoje estou numa igreja muito séria, com uma liderança muito seria também, diferente dessa última. Mas ainda assim vejo pessoas carregando esses sofrimentos não-ditos, mal-ditos, que precisam ser tratados em uma via de mão dupla.
Esse não é um problema da igreja evangélica. A igreja católica também age da mesma forma ou até pior em alguns lugares. Minas Gerais é um estado de uma sociedade muito tradicional. Meu vizinho me convidou pra tocar no casamento dele, ele estava muito feliz por já estar casado há 15 anos mas só agora o padre aceitou fazer o casamento. Moravam juntos esse tempo todo, eram casados civilmente, mas não era reconhecido pela igreja, frequentavam regularmente a paróquia deles mas não tinham direito de comungar e de participar de nada da igreja, apenas assistir a missa.
Conheci um pastor em São José do Rio Preto, que cara 10! A igreja estava me namorando pra assumir o ministério, infelizmente não deu certo por causa de toda essa crise político/econômica que estamos vivendo, mas a visão dele quando falei da minha experiência negativa com os casamentos senti como se suas palavras fossem Jesus falando. Me senti acolhido e amado, mesmo sem ele me conhecer, ali estavam um pastor de ovelhas e uma ovelha de Jesus. Fica o registro!
Penso que esse post é só o início de um movimento que deve acontecer em busca da melhoria da igreja de Jesus, para que ela seja cada vez mais DE JESUS, que ela se pareça mais com ele. Mas para que isso aconteça eu penso que deve haver dois movimentos:
O primeiro é pessoal. Vemos uma grande número de pessoas imaturas, egoístas, orgulhosas e despreparadas para o viver a dois. Essa realidade precisa mudar, precisamos crescer como indivíduo, como ser humano. Ninguém merece viver ao lado de uma mulher rixosa, cheia de mimimi, como se o marido tivesse de ser um príncipe encantado, achando que porque casou não precisa mais se cuidar, e não se submetendo em amor ao marido. Mas também ninguém merece viver com um Ogro, mal educado, mal asseado, incapaz de tomar decisões em conjunto, dono da verdade, um príncipe fora de casa e um cavalo dentro, alguém que acha que a mulher é uma empregada. O tempo dessas coisas precisa acabar!!! É necessário e imperativo que cada um de nós, como pessoa, se volte para a Palavra de Deus e decida viver o que ela ensina e exorta. Esse evangelho de facilidades, de prosperidade, riqueza, não dá mais. Esse evangelho de Venha a nós, já não cabe para pessoas que querem fazer a diferença, seja para seus filhos, sua família ou para a sociedade. Quando decidirmos viver o que lemos na Palavra as coisas serão melhores. Não adianta ler que “importa que Ele cresça e eu diminua“ se em cada atitude nós queremos que nossa vontade prevaleça em detrimento da vontade de Deus.
Em segundo lugar o outro movimento que espero, desejo, sonho… é que a igreja, enquanto instituição, mude! E isso só vai acontecer se os pastores mudarem, amadurecerem, liderarem suas igrejas em direção à visão de Jesus. Se a sociedade onde a igreja está inserida é muito legalista, tradicional, retrógrada, é papel do pastor montar uma liderança para levar a igreja à outros patamares de vida com Deus. Isso eu entendo que é fazer discípulos. Os discípulos são iguais a seu mestre (ou pelo menos deveriam ser). Quando a Bíblia fala de “... até que alcancemos a estatura de varão perfeito“ Efésios 4.13, Tem que se levar em conta que é um processo, como a santificação. É preciso acabar com o discurso legalista que muitas igrejas tem e viver o evangelho, a Palavra da verdade. Frequentei uma igreja em que o pastor bradava, (quando digo bradava é isso mesmo, ta?) “Minha igreja é uma igreja contemporânea, aqui não cabe as práticas das igrejas tradicionais“. Eu na verdade numa soube o que ele queria dizer com contemporânea, talvez fosse apenas na liturgia, com jogos de luzes, fogos, piruetas e tudo mais. Mas que de igreja e pastoreio mesmo quase nada se tem. Fico pensando no que Jesus disse a Pedro: “Pedro, amas-me, apascenta os meus cordeirinhos“ Joao 21.15-17, pra ser ainda mais claro ele disse isso três vezes. Se não houver amor no ensino da Palavra e no apascentar as ovelhas tá tudo errado. Estão oferecendo um culto que Deus não aceita.
Malaquias 2
Não podemos mais fechar os olhos e achar que tudo isso é normal. O divórcio chegou em todas as camadas da sociedade, desde William Bonner e Fátima Bernardes, passando por nossos ícones evangélicos como Leonardo Gonçalves e Daniela Araújo, Lauriete, até pastores como o medalhão Jabes Alencar da Assembléia de Deus. Quem sabe exista uma maneira de tornar a vida dessas pessoas menos sofrida, mais cheia de amor, compreensão e confrontação em amor com a Palavra de Deus. Uma vez ouvi uma frase que muito me entristeceu por vir de alguém muito próximo: “Se a pessoa está passando pela prova, sendo provado por Deus, que sou eu pra me meter... se Deus quer trata-la eu não posso me meter“. Fique me perguntado...e se fosse um filho??? e se fosse preso, por acaso não iria à prisão visitá-lo, levar algo que lhe desse uma certa alegria, ou minorasse seu sofrimento?
Queridos, Deus não nos instituiu como juizes de ninguém, sua palavra diz que seremos conhecidos como discípulos dele se nos amarmos uns aos outros (João 13.35). Mais amor neste mundo por favor, mais humildade, mais mãos estendidas e menos dedos apontados...Please!!!
Gostaria de abrir esse post para um debate que seja de utilidade pública, um debate que ajude aos pastores e líderes a pastorearem melhor e entenderem melhor o universo desses que vivem essa situação, porque assim como acho “manco“ um padre falar sobre casamento, porque ele não casou e só pode falar de questões teóricas, da mesma forma penso em relação aos pastores que falam de divórcio, se eles mesmos não são divorciados ou não passaram por um. Minha expectativa é que este post seja um divisor de águas, onde pessoas que se sentem marginalizadas possam aqui se expressar, mas mais que isso, que possa haver um movimento de ir ao encontro dessas pessoas, que se mude o olhar e a igreja possa acolher melhor essas pessoas com amor e que elas busquem respostas dentro de si e dentro da Palavra pra se tornarem cada vez melhores.
Antes de falar do divórcio especificamente, gostaria de falar do que vem antes. Muitos casais vem sofrendo, vivendo um casamento de fachada, sem amor, sem respeito e sem perspectivas nenhuma de melhora. Há um despreparo muito grande no aconselhamento dessas pessoas. Por um lado o casal procura um(a) psicólogo(a) com padrões religiosos diferentes que busca no aconselhamento preparar esse casal para o divórcio. Eu mesmo passei por isso, quando meu terapeuta disse que o objetivo dele era me estabilizar emocionalmente para enfrentar o divórcio sem traumas. Por causa dessa frase deixei terapia!
Por outro lado, num outro extremo, há uma corrente religiosa muito radical que diz que, à luz da bíblia, o casamento não pode ser desfeito nunca. Grandes pregadores e escritores, como John Piper, seguem nessa linha. O argumento é que o casamento de um homem com uma mulher é um paralelo do casamento de Cristo com a Igreja, se Ele nunca rompe a aliança então não podemos nunca romper também.
Sinto que essa matéria deveria ser melhor estudada pelos líderes. Muito difícil encontrar alguém que realmente esteja preparado pra liderar esse ministério. Pra começar, se eu pudesse opinar, eu diria que para ser líder do Ministério de Casais, ambos tem de ter muito conhecimento de relacionamento, que um dos dois, pelo menos, seja psicólogo; que pelo menos um dos dois tenha um amplo conhecimento bíblico, sem legalismo, sem partidarismo; e de preferência que tenham feito cursos de orientação nesse sentido.
Agora entrando no assunto do divórcio. Quero contar minha experiência, porque não tem sido diferente aqui. Tenho, com coragem, aberto minha vida sempre com o intuito de ajudar a quem esteja passando por situação parecida e de certa maneira me curar de alguns traumas através da fala. Como eu disse no face, acredito na cura pela palavra falada, como também acredito na cura pela Palavra de Deus.
Fui casado por 12 anos com a mãe dos meus filhos. Tivemos um início de casamento muito bom até o terceiro ano, mas depois disso foi uma vida sofrida para ambos. Éramos imaturos e nunca tivemos ninguém que de fato tivesse uma orientação adequada. Sem falar que os objetivos eram diferentes, eu tinha um e ela outro, isso fez com que nos distanciássemos cada vez mais um do outro. Na época da nossa separação foi um trauma muito grande pra todos envolvidos direta ou indiretamente. Tínhamos uma família “perfeita“ e alguns se recusavam a crer que isso pudesse acontecer conosco. Nós éramos líderes na igreja e eu despontava na minha carreira como maestro.
Como o assunto é o divórcio e a igreja atual a minha experiência foi péssima. Eu fui tirado da frente da igreja, era final de ano e faltavam 20 dias para a Cantata de Natal, a liderança pediu que eu deixasse o coral e colocaram outro pra reger, no meu lugar, aquilo que eu havia preparado, acho que até hoje eles não tem noção como isso me feriu. Eu sentei no banco da igreja, com meus filhos no colo e assistí à Cantata em meio às lágrimas (para onde eu iria na noite de Natal?). Levei anos pra curar esse sentimento e perdoá-los. Mas isso não foi o pior. O descaso, o abandono, o julgamento foram as piores coisas que enfrentei. Algumas pessoas da igreja quando passavam por mim na rua, trocavam de calçada, como se eu tivesse lepra; a liderança, nos 7 meses seguintes, não me deu um telefonema sequer, e digo 7 meses porque eu liguei depois disso. Cheguei a ouvir do líder maior que ele decidiu cuidar da minha ex esposa, por julgar que ela era a parte mais frágil. Meu nome foi para o lixo, toda a comunidade religiosa da cidade me alijou.
Anos depois conheci outra pessoa e depois de um tempo de namoro resolvemos casar. Depois de 2 anos de casado começamos a enfrentar problemas, principalmente pelo numero de crianças em casa. Eu tinha 2 e ela também 2. Recebemos um convite para assumir um ministério numa grande igreja no Rio de Janeiro. O problema lá se agravou, porque a visão da líder dela era de papeis diferentes do que a bíblia fala. Veio a segunda separação, e com ela o convite a me retirar da liderança. Mas antes disso puxaram muito meu tapete, me humilharam publicamente, me sabotaram em tudo que puderam, ataques verbais de púlpito, até que eu mesmo pedisse pra sair pra que a justificativa perante a igreja fosse: Ele que pediu pra sair! Mas pra quem conversou com os lideres maiores, e nessa igreja só tem dois, e são os "donos da igreja" a justificativa foi clara: O maestro é muito novo e vai casar novamente e eu não posso ter um líder aqui casado pela terceira vez. Hoje estou numa igreja muito séria, com uma liderança muito seria também, diferente dessa última. Mas ainda assim vejo pessoas carregando esses sofrimentos não-ditos, mal-ditos, que precisam ser tratados em uma via de mão dupla.
Esse não é um problema da igreja evangélica. A igreja católica também age da mesma forma ou até pior em alguns lugares. Minas Gerais é um estado de uma sociedade muito tradicional. Meu vizinho me convidou pra tocar no casamento dele, ele estava muito feliz por já estar casado há 15 anos mas só agora o padre aceitou fazer o casamento. Moravam juntos esse tempo todo, eram casados civilmente, mas não era reconhecido pela igreja, frequentavam regularmente a paróquia deles mas não tinham direito de comungar e de participar de nada da igreja, apenas assistir a missa.
Conheci um pastor em São José do Rio Preto, que cara 10! A igreja estava me namorando pra assumir o ministério, infelizmente não deu certo por causa de toda essa crise político/econômica que estamos vivendo, mas a visão dele quando falei da minha experiência negativa com os casamentos senti como se suas palavras fossem Jesus falando. Me senti acolhido e amado, mesmo sem ele me conhecer, ali estavam um pastor de ovelhas e uma ovelha de Jesus. Fica o registro!
Penso que esse post é só o início de um movimento que deve acontecer em busca da melhoria da igreja de Jesus, para que ela seja cada vez mais DE JESUS, que ela se pareça mais com ele. Mas para que isso aconteça eu penso que deve haver dois movimentos:
O primeiro é pessoal. Vemos uma grande número de pessoas imaturas, egoístas, orgulhosas e despreparadas para o viver a dois. Essa realidade precisa mudar, precisamos crescer como indivíduo, como ser humano. Ninguém merece viver ao lado de uma mulher rixosa, cheia de mimimi, como se o marido tivesse de ser um príncipe encantado, achando que porque casou não precisa mais se cuidar, e não se submetendo em amor ao marido. Mas também ninguém merece viver com um Ogro, mal educado, mal asseado, incapaz de tomar decisões em conjunto, dono da verdade, um príncipe fora de casa e um cavalo dentro, alguém que acha que a mulher é uma empregada. O tempo dessas coisas precisa acabar!!! É necessário e imperativo que cada um de nós, como pessoa, se volte para a Palavra de Deus e decida viver o que ela ensina e exorta. Esse evangelho de facilidades, de prosperidade, riqueza, não dá mais. Esse evangelho de Venha a nós, já não cabe para pessoas que querem fazer a diferença, seja para seus filhos, sua família ou para a sociedade. Quando decidirmos viver o que lemos na Palavra as coisas serão melhores. Não adianta ler que “importa que Ele cresça e eu diminua“ se em cada atitude nós queremos que nossa vontade prevaleça em detrimento da vontade de Deus.
Em segundo lugar o outro movimento que espero, desejo, sonho… é que a igreja, enquanto instituição, mude! E isso só vai acontecer se os pastores mudarem, amadurecerem, liderarem suas igrejas em direção à visão de Jesus. Se a sociedade onde a igreja está inserida é muito legalista, tradicional, retrógrada, é papel do pastor montar uma liderança para levar a igreja à outros patamares de vida com Deus. Isso eu entendo que é fazer discípulos. Os discípulos são iguais a seu mestre (ou pelo menos deveriam ser). Quando a Bíblia fala de “... até que alcancemos a estatura de varão perfeito“ Efésios 4.13, Tem que se levar em conta que é um processo, como a santificação. É preciso acabar com o discurso legalista que muitas igrejas tem e viver o evangelho, a Palavra da verdade. Frequentei uma igreja em que o pastor bradava, (quando digo bradava é isso mesmo, ta?) “Minha igreja é uma igreja contemporânea, aqui não cabe as práticas das igrejas tradicionais“. Eu na verdade numa soube o que ele queria dizer com contemporânea, talvez fosse apenas na liturgia, com jogos de luzes, fogos, piruetas e tudo mais. Mas que de igreja e pastoreio mesmo quase nada se tem. Fico pensando no que Jesus disse a Pedro: “Pedro, amas-me, apascenta os meus cordeirinhos“ Joao 21.15-17, pra ser ainda mais claro ele disse isso três vezes. Se não houver amor no ensino da Palavra e no apascentar as ovelhas tá tudo errado. Estão oferecendo um culto que Deus não aceita.
1 - O SENHOR Todo-Poderoso diz: —Sacerdotes, eu estou falando com vocês. 2 - Se não obedecerem ao meu mandamento e se não resolverem me honrar, então eu farei cair sobre vocês uma maldição e amaldiçoarei tudo o que vocês recebem pelo trabalho que fazem. Aliás, já os amaldiçoei porque vocês não resolveram me honrar. 3 - Vou castigar os seus filhos e esfregar na cara de vocês as fezes dos animais que vocês oferecem em sacrifício. E além disso vocês serão levados para o lugar onde as fezes são jogadas. 4 - Assim vocês saberão que eu estou dando esta ordem a fim de que a minha aliança com os sacerdotes, os descendentes de Levi, não seja quebrado. Sou eu, o SENHOR Todo-Poderoso, quem está falando. 5 - —Na aliança que fiz com eles, eu lhes prometi vida e paz. Fiz o que tinha prometido, para que eles me respeitassem; e, de fato, eles me respeitaram e temeram. 6 - Ensinavam sempre o que era direito e nunca o que era errado. Viviam em paz comigo, faziam o que é certo e ajudaram muitos a deixarem o caminho da maldade. 7 - Os sacerdotes devem ensinar a verdade a meu respeito, e todos devem pedir conselho a eles para saber o que é direito, pois os sacerdotes são os mensageiros do SENHOR Todo-Poderoso. 8 - —Mas agora vocês, sacerdotes, estão saindo do caminho certo, e os seus ensinamentos já fizeram muitas pessoas pecarem. Vocês estão quebrando a aliança que fiz com os sacerdotes. 9 - Por isso, eu vou fazer com que o povo os despreze e rejeite, pois vocês não me obedecem e, quando julgam causas, não tratam a todos com justiça. Eu, o SENHOR Todo-Poderoso, estou falando.
Não podemos mais fechar os olhos e achar que tudo isso é normal. O divórcio chegou em todas as camadas da sociedade, desde William Bonner e Fátima Bernardes, passando por nossos ícones evangélicos como Leonardo Gonçalves e Daniela Araújo, Lauriete, até pastores como o medalhão Jabes Alencar da Assembléia de Deus. Quem sabe exista uma maneira de tornar a vida dessas pessoas menos sofrida, mais cheia de amor, compreensão e confrontação em amor com a Palavra de Deus. Uma vez ouvi uma frase que muito me entristeceu por vir de alguém muito próximo: “Se a pessoa está passando pela prova, sendo provado por Deus, que sou eu pra me meter... se Deus quer trata-la eu não posso me meter“. Fique me perguntado...e se fosse um filho??? e se fosse preso, por acaso não iria à prisão visitá-lo, levar algo que lhe desse uma certa alegria, ou minorasse seu sofrimento?
Queridos, Deus não nos instituiu como juizes de ninguém, sua palavra diz que seremos conhecidos como discípulos dele se nos amarmos uns aos outros (João 13.35). Mais amor neste mundo por favor, mais humildade, mais mãos estendidas e menos dedos apontados...Please!!!
“até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo“ Ef.4.13
Perfeito!!!
ResponderExcluirParabéns pela sinceridade de suas palavras e pela coragem de expor sua vida, com o nobre objetivo de mudar uma situação que incomoda a muitos e que é uma lacuna numa das missões principais da Igreja de Cristo, que é acolher os que sofrem. Concordo com cada vírgula do seu texto!!! Na minha longa caminhada Eclesiástica, muitas vezes me deparei com tudo isso; casais que viviam juntos, num casamento de fachada, por serem líderes na Igreja ou por contados filhos!!! Sendo infelizes e fazendo os filhos também infelizes e ensinado "uma receita da felicidade" ou de como ser feliz à dois, quando na verdade isso não era uma realidade para eles... Mas, vc esqueceu também de um "grupo" sofrido e também esquecido pela igreja, talvez porque não seja essa a sua realidade!!! OS VIÚVOS. Quando se é ou se torna viúvo de um desses casamentos que já não iam muito bem; a perda não se torna menor ou menos dolorida, mas acho que é mais fácil superar. Porém, quando era um relacionamento bom, equilibrado e feliz, e essa perda acontece repentinamente, a dor é intensa e duradoura por demais!!! é muito difícil "o recomeçar" em tudo, porque todas as atividades (Eclesiásticas e pessoais) eram realizadas numa parceria quase que perfeita. Quando passei por isso, ganhei de uma amiga que também passara pela mesma dor, um livro precioso, que retrava de uma maneira bem clara o assunto. A QUINTA RODA de Acidália Tchimchack. Ela mesmo me presenteou e me "pastoreou" por algum tempo do meu luto!!! Visto que ela tinha passado pela mesma dor pouco tempo antes. E nesse caso exclusivo, a pessoa viúva se sente a quinta, ou seja o ímpar, o sobrando em qualquer atividade na Igreja. E quando se é do sexo feminino, a inclusão se torna ainda mais difícil, à não ser que seja ela, a viúva uma pessoal bem idosa, que não ofereça "riscos" aos outros casais. Passei momentos assim, há algum tempo atrás. Quando por exemplo um casal sentava-se ao meu lado; a esposa ou trocava de lugar com o marido, sentando-se ao meu lado ou colocava a mão sobre a perna, ou segurava a mão, sem soltar nem um minuto se quer, o pobre coitado não conseguia nem abrir a Bíblia para acompanhar a leitura... tipo assim: Tem dono, tira o olho!!! Ah, faça-me o favor!!! Igreja não é lugar disso. É lugar de adoração ao Senhor!!! As atividades das Igrejas são muito voltadas para a família, ou para aqueles que tem os seus pares!!! Nós, os sozinhos fazemos parte de um grupo esquecido por ela. Quanto às nossas lembranças do passado, sejam elas boas ou ruins... tenho como lema, as palavras do grande Apóstolo Paulo, com quem eu muito me identifico, muito por ser um servo autêntico, que não se deixava reger por dogmas, nem tradições. " ... Desde agora ninguém me inquiete, porque trago no meu corpo, as marcas do Senhor Jesus!!! ( Gálatas 4: 17 ) Isso é liberdade adquirida por um alto preço!!!
Parabéns, Maestro!!!
Oi Ana, na verdade este post era sobre divórcio mesmo por isso não comentei sobre outros excluídos. Muito obrigado por seu comentário é bom quando escrevemos e as pessoas se identificam com alguma coisa.
ExcluirUm gabinete. Um pastor respeitadíssimo. Ele tem uma família "perfeita" e comanda com mão de ferro uma grande igreja na Manchester Mineira. Ele encontra-se há poucos minutos do sermão. Em seu colo, uma garotinha de seis anos de idade. Ele a bolina sofregadamente. Ele a vilipendia. Ele não consuma a violência fisicamente, mas a viola emocionalmente. Por essa razão ela construirá em redor de si muros altos e impenetráveis. Não confiará nas pessoas e desprezará os homens. O tempo passa. Ela cresce e carrega consigo um sem número de homens que tentam entrar em seu mundo. Impossível. Até que um dia alguém especial consegue sutil e cuidadosamente se aproximar. Respeita seu tempo. Casa-se com ela. Talvez a diferença de trinta anos desse casal seja em função, quem sabe da busca de um pai protetor. De sentir-se amada, preservada, intocada pela violência do mundo. Foram necessários dezenas de anos e um trabalho de libertação espiritual para que ela se recordasse há cerca de sete anos atrás, do ocorrido. Certamente sua mente e a engenharia perfeita do cérebro canalizaram e arquivaram suas memórias até que pudessem vir a tona sem que ela entrasse em colapso. Aquela garotinha? Aquela garotinha sou eu! A igreja sou eu. A igreja é você. A igreja são todos aqueles que buscam a estatura de Jesus Cristo onde quer que estejam. Eu sou o que faço e digo quando ninguém vê. Sem máscaras. Sem maquiagem, sem enganos. Precisamos compreender que a igreja alvenaria é uma construção apenas. E ainda que qualquer formação humana foi, é e será sempre defeituosa. Nem vou entrar no mérito do que ocorre com os divorciados e viúvos na igreja especificamente, porque graças a Deus isso tiro de letra. Lamento pelos casamentos hipócritas e pelo comodismo dos fracassados. Lamento pelos legalistas, fariseus que batem no peito, que "assentam-se nos primeiros bancos das sinagogas" e se têm certeza de serem perfeitos. Muros caiados! Mentirosos! Eis o que são! O fato de estar na igreja e aparentemente esta seja uma referência nada garante, não a isenta de absolutamente nada. Mas um dia tive um encontro com Cristo. Ele limpou-me. Se trago algo de bom em mim, o crédito é da transformação genuína Dele. Esse encontro ensinou-me do único amor que sei ser verdadeiro e para sempre. Jamais poderei esperar nesse mundo algo sequer ligeiramente parecido com ele. Ahh e hoje se eu encontrasse esse pseudo pastor e caso ele pudesse me encarar e perguntasse sobre o mal que me causou, a dor, o vazio, eu lhe diria como Jesus disse um dia para mim: "Não me lembro"!!!
ResponderExcluirUm testemunho de muito impacto e de muita coragem. Não é fácil falar de um assunto desse, mas se falou é porque já conseguiu superar. Parabéns Sandra, muitos falam às escuras mas na hora de se exporem continuam com medo. Não sei exatamente de que mas vou respeitar.
ExcluirObrigado por comentar e por se abrir dessa forma.