Liberdade de Expressão ou Liberdade de Cátedra


Nesse dia onde comemoro 20 mil visualizações, quero tratar de um assunto que acabou de chegar em minha casa. Trata-se do art. 206, inc.II da Constituição Federal


Constituição Federal de 1988 

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

Vivemos um momento muito particular na história, um momento onde todos querem falar, expor suas ideias, seus pensamentos, sua opinião, mesmo que não seja ouvido por ninguém ou mesmo que sua opinião não faça a menor diferença. Como diz Leandro Karnal, todo mundo quer falar, mesmo que não esteja sendo ouvido por ninguém e mesmo sem ouvir ninguém. Haja visto eu mesmo através desses meus post's querendo ser ouvido ou pelo menos me dando o direito de falar e de me expressar.


Vivemos uma polaridade selvagem em todas as esferas, seja na política, na religião, no esporte, o Brasil está completamente polarizado. Não existe mais um pensamento de meio, ou é de esquerda ou de direita.

Estou nesse momento pasando por um debate com um professor de meu filhos que usa seu tempo de aula (de matemática) para falar de sua opinião política, do seu partido e levantando essa bandeira dentro de sala de aula. Meu filho( de 14 anos), chegou aborrecido em casa e eu procurei a direção da escola através de email. Não achando suficiente, o professor em sala de aula, perguntou quem era o filho cujo pai escreveu um email questionando sua prática, e em tom ameaçador disse ao meu filho que eu estava convidado para conversar com ele e que ele ia me mostrar que estou equivocado. Ao sair da sala, meu filho foi hostilizado pelos colegas. Amanhã então irei para esse debate com o professor e a diretora.


Isso só mostra a realidade do nosso pensamento acadêmico, onde quem diz que há liberdade de expressão na verdade só quer essa liberdade pra si próprio. O outro nunca tem direito de se manifestar, de expor sua visão, seu pensamento.

Isso fica muito claro na eleição que acabamos de ver nos EUA. Os pensadores do nosso século erraram em suas estimativas e prognósticos. esquecem de ver a vida real, o povo real, o sentimento real. Há uma insatisfação generalizada no mundo inteiro sobre as práticas que vem sendo adotadas há muitos anos e que não surtem mais efeito, não atendem mais a maioria. 


Comentários

  1. Parabéns, maestro, pelo alcance do seu blogue, sempre nos brindando com ótimos textos. Respondendo à sua pergunta: Não, o professor não deve gastar seu tempo de aula "doutrinando" alunos. É importante falar com eles sobre religião e política, já que a grande maioria não tem esse tipo de diálogo em casa. Mas isso deve ser feito de maneira mais isenta possível. A verdade é que vivemos tempos difíceis e essa doutrinação (vertical) chegou ao ensino fundamental. Sorte a do rapazinho que é bem esperto e que tem um pai atento.
    Nossos filhos, nossas regras. #porumaescolasempartido.

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